O QUE É O ELEDÁ – VOCÊ SABE?
Muitas são as confusões sobre o termo ELEDÁ. Todas estas
confusões provem do fato do termo eledá, em Nagô (yorubá),
significar “CRIADOR”. Esta confusão é determinada pela maioria dos
historiadores famosos, que na verdade, se deixaram levar pelas
diversas informações provindas da multiplicidade das nações que
chegaram de além-mar, do continente africano, e que aqui
aportaram cultuando, cada uma dessas nações, um panteão de
deuses com energias similares, contudo, com nomes diferentes.
Eledá que significa Criador, ou controle do Criador sobre a criatura,
em Yorubá pode ser entendido nas nações Banto como uma
definição de proteção ancestral, ou nos povos africanos
cristianizados como uma definição de proteção do Anjo da Guarda.
O importante é não se deixar levar pelas diversas correntes que
definem de forma diferente o significado do termo Eledá, e, sim,
procurar ligar-se com fé as ações daqueles que foram colocados
como Protetores para que tenhamos uma vida de felicidade plena.
Vamos a seguir apresentar uma síntese do que entendemos ser o
significado do termo Eledá.
Os seres espirituais manifestado em corpos físicos, ou seja, os
espíritos encarnados recebem desde o momento do nascimento a
influência pela ação dessas energias de proteção.
Quando a personagem (personalidade) desta existência começa a
ser definida, uma das energias chamadas elementais predomina –
se faz presente – e é esta a que vai definir, de alguma forma, a
maneira de ser de cada indivíduo – é o chamado arquétipo ou como
denomina C. G. Jung “imagens primordiais” que se originam da
repetição da mesma experiência por existências contínuas;
Vamos falar sobre Arquétipos em outro capítulo, onde abordaremos
com mais detalhes esta formação psíquica do indivíduo com suas
numerosas imagens a partir do inconsciente coletivo em que estão
envolvidas.
Aquele Regente, dessa energia predominante, definida para
acompanhar do nascimento até os fins dos dias na encarnação, dá-
se o nome de Orixá pessoal, "Orixá de Cabeça", "Pai ou Mãe de
Cabeça", ou se preferirem o ELEDÁ.
O formato do corpo humano que, também, reage às diversas
situações durante a encarnação, tanto física quanto espiritual, tem
uma ligação direta com o“arquétipo”, ou à personalidade, e
características emocionais que coincidem com as lendas que nos
chegou da “Mãe África” sobre os Orixás.
Além desta energia, duas outras que se apresentam de forma
secundária, na Umbanda denominam-se "Juntós", corruptela de
"Adjuntó", palavra latina que significa auxiliar, ou ainda, como é
chamado pelo povo Yorubá "OSSI" e "OTUM", respectivamente na
sua ordem de influência.
Quando da encarnação de um espírito acontece uma reunião onde
são consultados os pretendentes a serem os pais se aceitarão em
um futuro próprio receber em seu lar essa nova vida, isto acontece
durante o sono. A consulta acontece para determinar o respeito à
lei do livre arbítrio. Após todos se aceitarem inicia-se a tarefa de
plasmar a forma que o espírito reencarnante utilizará como veículo
físico.
Uma tarefa entregue a equipes de Espíritos de Planos elevados para
que a vida se faça obedecendo aos parâmetros indicados para o
cumprimento daquela encarnação. Todos os envolvidos na tarefa
vão recebendo as informações necessárias para um bom
desempenho na condução daquela nova encarnação, os encarnados
por meio do desdobramento enquanto dormem e aqueles que serão
os Protetores Espirituais por meio de informações diretas, com
conhecimento de vidas passadas e a programação futura.
Nesta fase de preparação, já se define a qual vibração o ser ao
reencarnar estará ligado diretamente. E, então, as forças
Elementais trabalham objetivando, cada qual na sua respectiva
área, iniciando desde a formação do embrião até a formação das
camadas materiais do corpo humano, que vai sendo moldado com a
criação da essência Divina que liga o corpo espiritual ao corpo
físico, o duplo etérico.
É após o nascimento que a força energética predominante no ser
recém-encarnado vai se ajustando gradativamente a consciência da
alma, a força espiritual que predominará sobre a força material até
que seja formada a personalidade por meio do livre arbítrio.
Tudo isto acontece a cada nova encarnação, onde podemos contar
com o auxílio e proteção de um Espírito Protetor, com energias
provindas de um Elemento da Natureza, um Orixá. É normalmente
aquele que se aproxima do ser encarnado quando estes invocam
seu “Anjo da Guarda” ou se preferir “ o Orixá – Pai ou Mãe de
Cabeça”.
Existe uma lei natural que determina não se receber, no decorrer
da encarnação, apenas a influência de um orixá, é a Lei da
Afinidade.
Assim como no decorrer da vida o ser encarnado receberá a
influência de outros espíritos encarnados, também, ocorrerá na vida
espiritual receber a influência de outros Orixás.
Existe nesse fato até uma necessidade evolutiva do espírito
encarnado. Como poderá viver sem a influência dos elementos da
natureza? Mesmo que a influência direta seja de um Orixá que
predomina no elemento fogo, como poderá viver sem as forças do
elemento ar, do elemento água, ou, ainda, do elemento terra? São
os Orixás as energias Divinas da Natureza.
É Deus organizado no Universo organizando a vida humana, então,
se na energia daquele ser não existir um desses elementos
predominantes, ele, o ser encarnado, motivado pelo seu desejo de
evoluir procurará aproximar-se daquelas energias que lhe faltam.
Cumprirá, assim, mesmo que seja de forma inconsciente a Lei da
Afinidade, pois, uma coisa é certa: todo ser humano se ajusta a
inconsciência coletiva que vive.
O que se deve ter como certeza absoluta é que as influências
benéficas de todos os Orixás, Senhores da Natureza, estarão
iluminando os nossos caminhos, auxiliando o nosso Orixá a nos
conduzir pelos caminhos da vida repleta de felicidade, alegria,
realizações e amor.
CONCLUSÃO:
Podemos dizer sem medo de cometer erros que o ELEDÁ é um dos
três elementos que constitui a alma humana. Poder-se-ia chamar
de “Guardião Ancestral” ou ainda“Guardião da Vida”.
Sendo os outros dois:
O EU interior – o Sopro Divino da Vida –;
Ori, que em Yorubá tem muitos significados, significa,
literalmente, cabeça, que é o primeiro Ori-xá, com toda a sua
força e grandeza, a ser cultuado. Sendo aquele que guia,
acompanha e ajuda a pessoa, antes do nascimento, durante toda
vida e após a morte, referenciando sua caminhada e a assistindo
no cumprimento de seu destino.