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ONIRA

ONIRA

Texto: Erlon A. Junior

Em yorubá “Senhora ou rainha de Irá”. Esse caminho está ligado ao culto de Oyá, porém é

um orixá próprio, que foi atribuído ao culto de Oyá. Onira é companheira de Opará,

contudo aparece algumas vezes na figura também de mãe de criação de Logun.

Acreditamos que seja Logunere quem criou Logun e não Onira.

Senhora dos ventos, Onira é dona do vento que faz curva, por isso alguns fundamentos

desse orixá são feitos em barrancos e falésias. Ela é associada à água, por sua ligação

com Oxum, Ogum e Oxaguiã.

Onira e Oxum

Onira era uma bela jovem. Sua beleza encantava a todos, porém isso incomodava Oxum,

pois Onira se vangloriava de seus dotes o tempo todo. Um belo dia Oxum mandou Exú ir

até uma aldeia muito longe, próxima à costa, pois ela ouviu falar que existia um espelho,

que ficava escondido entre as areias brancas de Olokun, esse espelho na verdade era

uma concha que refletia o lado mais escuro e escondido de alguém. Então assim fez Exú,

que demorou dias em busca do lendário espelho. Ele retornou para o reino de Oxum e

entregou a ela a peça. No mesmo dia Oxum chamou Onira para que pudesse passar um

dia com ela, e então as duas conversaram, comeram e ao cair da tarde, Oxum disse a

Onira, que Exú havia lhe trazido um espelho que demonstrava a verdadeira beleza, Onira

ficou muito curiosa e pediu a Oxum para ver. Oxum, muito esperta, deu a ela o objeto,

nesse momento Onira se viu feia, deformada. Triste e envergonhada ela saiu correndo e

foi chorar a beira de um riacho, vendo aquilo, Olorun ficou penalizado e decidiu dar uma

lição em Oxum. O senhor do Orun então funde os espíritos das duas, onde uma

dependeria da outra para tudo. Ele determina também que uma não coma sem a outra, e

assim até hoje,

Oxum Opará e Onira caminham juntas, inseparáveis.

Onira e o Rei de Ira

Na cidade de Ira morava o Alafin Ira, ou o Rei de Ira, que tinha muitas esposas, porém não

tinha amor por nenhuma delas, às achava burras apesar delas serem ótimas tecelãs e

com isso manter a economia do reino.

Ele chamou seu conselheiro e pediu que fosse a todas as aldeias atrás da mulher mais

bela e prendada. O conselheiro seguiu de aldeia em aldeia atrás da suntuosa esposa que

Alafin tanto queria. Após andar muitas léguas, o conselheiro já com sede, viu de longe

uma jovem, carregando na cabeça uma trouxa, então ele correu em direção a ela e

pergunta se ela teria um pouco de água para lhe dar, a moça no mesmo momento tira de

dentro da trouxa, uma cabaça com um pouco de água, vendo a atitude doce e gentil, o

Conselheiro consegue vê que a moça era nobre, além de bela, porém só faltava o

principal, o fato que a diferenciasse das outras. Ele decide então conversar com ela, e a

leva imediatamente para a cidade de Irá, chegando lá, todas as candidatas mostravam

seus dotes ao rei, e quando chegou à vez da moça, ela se apresenta ao rei: “Sou aquela

que será a Rainha de Ira, sou filha do vento e da água”. “E tú o que tens a mostrar?”. Diz o

rei sem muita paciência. “Sei que o povo de Irá é famoso por seus tecidos de cores

diferentes, porém não conseguem fazer todas as cores”. Diz ela de olhos baixos. “Como

ousa dizer isso, não existe no mundo quem consiga reproduzir as cores que existem na

natureza”. “Sim, existe alguém capaz disso!”. Fala a moça. “Então mostre!”. A moça tira de

sua trouxa o camaleão, e o coloca em cima de sua roupa e o animal então se torna da

mesma cor, e assim em tudo que ele encosta.

O rei fica maravilhado com a inteligência da moça, e a torna a Rainha de Ira, sendo

chamada a partir daquele momento de Onira.

Roupa e paramentos

Onira pode usar rosa com dourado. Suas paramentações são delicadas e não possuem

cores fortes, usa espada e abebé de cibre. Suas indés podem ser alternadas de cobre e

douradas.

Seus filhos

Seus filhos possuem assim como orixá, características tanto de Oyá quanto de Oxum. São

fortes, determinados e românticos. São muito prestativos e fazem um pouco de cada

coisa. Tem grande capacidade de adaptação e também são ótimas mães ou pais. São

doces e se magoam muito fácil, além de serem rancorosos. Cheios de iniciativa, vão à

frente, mesmo que todos digam que não vai dar certo, eles vão e fazem. São ótimos

chefes, porém tem dificuldade em receber ordens. São muito vaidosas e tem muito bom

gosto. Amam a família e procuram sempre ajudar a todos.

Muito axé a todos!...




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