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“ZELADORES” QUE SE ACHAM DEUSES

“ZELADORES” QUE SE ACHAM DEUSES

Peço desculpas aos meus leitores, pois hoje vou falar sobre algo contra minha religião,

aliás, contra aos adeptos da minha religião. Minha índole, meus valores não me deixam

calar em meio às barbaridades que está acontecendo, onde certos “zeladores” fazem o

que querem, ditam regra, maltratam orixá e seu povo e isso está cada vez mais

freqüente.

Para começar vou usar a seguinte frase:

Somos filhos dos orixás, ou eles são nossos filhos?

Como alguém que se diz “Pai de Santo”, pode destratar santo de Yao, gritando com o

orixá no meio do barracão, bate no filho quando está em transe, expulsa e humilha filhos

porque o orixá não respondeu ou não fez aquilo que ele queria e por ai vai.

E tudo isso se justifica pelo fato da idade, “A coitado, ele já está velho não sabe o que

diz” ou então “Pobre coitado, é doente mais tem seus 40 anos de santo”... Isso não é

justificativa, e sinto por aqueles que tem esse tipo de pessoa como exemplo, pois

certamente serão iguais lá na frente. Diariamente recebo depoimentos de pessoas que

estão saindo, ou pensando em sair da religião por estarem desiludidos com seus

zeladores, eu converso, digo que tem que procurar seus pais e ter uma conversa franca,

só que infelizmente essas pessoas têm razão!

RESPEITO, HUMILDADE E AMOR. Toda religião, tem essas palavras como base.

Graças a Deus, eu tive uma boa base familiar e espiritual, não foi isso que aprendi com

meu zelador, que apesar da idade ainda ajoelha e coloca a cabeça para o orixá, coisa

que também é criticada.

Sinto muitíssimo de estar escrevendo esse post, mas estou muito decepcionado e

provavelmente ele irá ter uma grande repercussão, não tenho medo, tenho respeito, mas

apenas por aqueles que se dá ao respeito.

Outro ponto que é traço da personalidade dos “papas do candomblé” é que ninguém é

bem feito (iniciado), alias ninguém é feito, nada que não seja dentro de seus barracões é

válido. Entendo que não seja interessante economicamente, o surgimento de novos

zeladores, com sangue jovem, que ama o orixá, que não usa cabresto. Lógico que

incomoda afinal filhos de santos para eles são apensas números, e como já ouvi: "Yao é

um mal necessário”... Para mim não! Eu considero que:

Barracão: O corpo

Babalorixá: A cabeça

Filhos de Santo: São as veias do sistema

O orixá: É o coração que faz tudo isso ter sentido.

Mas sabe o porquê eles falam isso, por que talvez não tenham passado por essa fase,

pois assim como para eles ninguém é feito, quem garante que eles foram iniciados, e se

foram de que maneira, como e onde?

E mais, existe também o famoso pai de santo, que fala de todos os seus colegas.

Quando chega alguém de um barracão diferente na sua casa ele logo fala: - você precisa

ver este santo que o fulano fez, pode observar, está tudo errado... Você precisa

concertar os erros, pois do contrário você acaba morrendo... Sabia que santo errado

mata?

Absurdos assim vêm acontecendo em quase todos os Terreiros no Brasil.

Como fazer para melhorar o sistema?

Agora quero que vocês me digam, se eles tirarem o torço e os fios de conta, o que

seriam? O que vão fazer da vida? ... Nada...

Por isso eu digo cuidado ao entrar em uma casa de santo, fama, status isso tudo é besteira,

o orixá mora nos sentimentos nobres, moram na humanidade que cada um carrega, eles

vivem na palavra amiga, no abraço, enfim no Ajô.

Só para ressaltar, baseado nas histórias de vida dos ditadores, o fim deles é triste,

sempre acabam sozinhos em uma cama de hospital.

Uma ótima e gloriosa vida a todos!




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